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ANÁLISE ECONÓMICO-FINANCEIRA DO SETOR DE

MEDIA

EM PORTUGAL 2016

de mercado anteriormente referidos e calculados pela

Anacom reforçam esta ideia, em que se observa que

os dois maiores operadores têm quotas de mercado

semelhantes, e os restantes dois têm um peso no

mercado material e também equivalente entre si,

estando um deles em trajetória ascendente.

Do lado das empresas fornecedoras de conteúdos,

a conhecida guerra das audiências leva a crer que

o seu enquadramento de mercado é similar ao dos

distribuidores. Deparam‑se ainda com a concorrência

de canais sujeitos a enquadramentos regulatórios

diferenciados, com estruturas diferenciadas, e que são

transmitidos pelas mesmas empresas de distribuição.

A migração para a Internet e ferramentas móveis é

progressiva, o que, de alguma forma, cria espaço de

adaptação das estruturas empresariais, a nível da

composição de receitas e das estruturas de custos.

A análise financeira realizada sugere que apesar da

quebra de receitas operacionais ser uma tendência

incontornável, não é evidente que a rentabilidade

das operações esteja em causa na maioria das

empresas. O facto de empresas de menor dimensão,

que normalmente oferecem uma gama de produtos

menor e por isso se focam em determinados nichos

de mercado, serem as que apresentaram maior

rentabilidade em 2016 e o facto de pertencerem a

segmentos onde o número de intervenientes é bastante

elevado, como as rádios e publicações periódicas,

sugerem que existe espaço para ofertas diferenciadas.

A identificação e o foco em nichos de mercado com

produção e distribuição de conteúdos direcionadas,

aliadas a uma gestão de custos eficiente, poderão

ser os caminhos a seguir no futuro por empresas da

economia tradicional que pretendem crescer no setor.

Por outro lado, o aprofundamento de parcerias com

as plataformas de distribuição tanto STVS como

plataformas

online

, poderá ser uma via para aumentar

a eficiência, eficácia e consequentemente rentabilidade

da distribuição de conteúdos no futuro, e minimizar

o efeito negativo da distribuição de conteúdos não

autorizada em termos de direitos de autor ou de

desigualdade regulamentar.

5.

PERFIL INDIVIDUAL DOS

PRINCIPAIS INTERVENIENTES

DO SETOR

A seleção dos principais intervenientes do setor,

integrados na presente análise, seguiu a lógica descrita

no capítulo 2 -

Análise Económico-Financeira do Setor.

Tal como mencionado anteriormente, é relevante uma

análise breve mas individualizada de cada entidade,

seguidamente apresentada, por ordem alfabética.

BALESKAPRESS PUBLICAÇÕES

E MARKETING LDA.

A Baleskapress Publicações e Marketing Lda.

(Baleskapress ou empresa), fundada em 2005, tem como

atividade a publicidade, impressão e distribuição de

revistas, livros ou quaisquer outras obras tipográficas.

É proprietária da revista

Happy Woman

, revista mensal

que, em 2016, esteve entre as dez publicações periódicas

com maior circulação em Portugal. A Baleskapress

é propriedade de Vasco Galvão Teles.

2016 foi desafiador para a Baleskapress e as receitas

operacionais desceram cerca de 14 % para 1 936 mil

euros, resultado principalmente da quebra de receitas

de prestação de serviços e, em menor grau, da quebra

das receitas de vendas de bens e serviços.

Apesar de menores custos com fornecimentos

e serviços externos e pessoal, os resultados antes

COMPOSIÇÃO DAS RECEITAS DE EXPLORAÇÃO, EM 2016

Fig. 25 -

Composição das receitas de exploração, em 2016.

Fonte: Demonstrações financeiras, elaboração ERC.

59%

VENDAS

41%

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

59%

VENDAS

Milhares de euros

2016

2015

2014

Receitas de exploração

1 936

2 257

2 624

EBITDA

257

362

265

Resultado líquido

106

232

159

Ativo

2 874

2 354

2 332

Passivo

2 078

1 442

1 652

Capital próprio

796

912

680

Fig 26 -

Sumário de indicadores financeiros.

Fonte: Demonstrações financeiras, elaboração ERC.