ERC – Relatório de Regulação 2016 · Volume II
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53. As peças que não respeitam o
princípio do
contraditório
centraram‑se sobretudo em assuntos
relacionados com
política nacional
.
Identificação do local dos acontecimentos
54. A análise do
rigor na identificação do local dos
acontecimentos
permite verificar que são em menor
número os casos que referem ocorrências, eventos
e deslocações de protagonistas
,
sem que seja
rigorosamente identificado o local onde decorrem.
55. Predominam as peças que identificam de forma
rigorosa o local e apenas uma fatia pouco relevante
o faz de forma parcial. Entre estes últimos casos
incluem‑se peças que referem locais de relevo
histórico, político, desportivo (por exemplo, estádios
de futebol, avenidas e ruas, monumentos), sem
que se refira a cidade em que se situam.
Objetividade jornalística
56. As opções editoriais consideradas sensacionalistas,
isto é, que visam criar sensações e emoções nos
telespectadores, sendo suscetíveis de colocar em
causa o rigor, têm uma presença marginal nas peças
analisadas. Os elementos mais comuns utilizados
nos conteúdos com estas características são
a
m
úsica/sons e a
captação/edição de imagem
.
Respeito pela presunção de inocência
57. As peças com elementos suscetíveis de desrespeitar
a presunção da inocência estão pouco presentes nos
blocos informativos considerados, estando mesmo
ausentes na
RTP2
.
Elementos violentos e advertência prévia
58. À semelhança do
supra
referido, as peças com
elementos violentos que potencialmente podem
suscetibilizar públicos mais sensíveis são em
número marginal no conjunto dos noticiários.
59. Porém, menos de metade destes conteúdos possui
advertência prévia
.
60. Por outro lado, em cerca de metade destas peças
regista‑se a
presença de menores
.
61. Na amostra de 2016, não se identificam peças
com
elementos pornográficos
.
43. Ainda assim, uma fatia, embora pouco significativa,
não identifica quaisquer fontes de informação
.
44. A
análise temática
das peças sem qualquer
referência a
fontes de informação
mostra que
reportam fundamentalmente assuntos relacionados
com os temas
desporto e ordem interna
.
45. O “Jornal 2”, da
RTP2
, apresenta um perfil diferente.
Apesar do reduzido número de peças sem
fontes de
informação
, verifica‑se que aborda sobretudo temas
de
política internacional
,
ordem interna
e
cultura
.
Estando o
desporto
praticamente ausente das
edições de 2016 deste noticiário, o mesmo acontece
com as
fontes de informação
desta área.
46. Mais de metade das peças analisadas nos diferentes
blocos informativos identifica inequivocamente
todas
as fontes de informação
consultadas.
47. As
fontes de informação
identificadas parcialmente
representam a segunda modalidade mais frequente
nas peças de todos os noticiários.
48. Numa análise mais pormenorizada das fontes
identificadas de forma vaga, pouco clara ou
indeterminada, verifica‑se que são mais patentes
nos noticiários da
RTP1
,
SIC
e
TVI
, e menos
evidentes no bloco informativo da
RTP2
.
49. Dos seis tipos de elementos indicativos de falta
de rigor na atribuição da informação considerados
na análise, são mais recorrentes os c
idadãos
comuns sem indicação do nome
, a
generalização
de informações cuja fonte não é identificada
, e as
imagens captadas por terceiros sem especificação
da sua origem
.
50. Os conteúdos com o menor nível de rigor na
atribuição da informação, ou seja, aqueles em que
não é identificada qualquer
fonte de informação
,
são os menos representados no conjunto dos
blocos informativos. Ainda assim, este dado é mais
proeminente no “Telejornal”, no “Jornal da Noite”
e«no “Jornal das 8”, e menos no “Jornal 2”.
Respeito pelo princípio do contraditório
51. Na grande maioria das peças dos quatro blocos
informativos, os assuntos noticiados não exigem
o cumprimento do
princípio do contraditório
.
52. Nos casos em que é exigido, este princípio é,
na sua generalidade, respeitado.