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PLURALISMO E DIVERSIDADE NOS SERVIÇOS DE PROGRAMAS TELEVISIVOS
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO DIÁRIA –
RTP1
,
RTP2
,
SIC
, E
TVI
Circulação de migrantes, sanções económicas
e
Brexit
predominam na
política europeia
O peso da
política europeia
resulta em grande parte
da sua presença nos alinhamentos do “Jornal 2”, em
que é o quarto
tema dominante
. Os acontecimentos
mais regulares são
atividades das instituições da União
Europeia
(o continente mais noticiado da informação
diária), através da cobertura das eventuais sanções
aos países com dívida pública, do debate no Conselho
Europeu sobre a intervenção da Rússia na Síria e dos
fluxos de migrantes. As tentativas de Mariano Rajoy,
do Partido Popular espanhol, para formar Governo, a
marcação de
eleições
em Espanha, e a vitória de Virginia
Raggi, a primeira mulher Presidente da Câmara de
Roma, do Movimento 5 Estrelas, são também destacadas.
No subtema
ações governativas/Estado dos países da
União Europeia
sobressai a campanha para o referendo
acerca da permanência ou saída do Reino Unido da União
Europeia, em que a deputada do Partido Trabalhista
Jo Cox perdeu a vida, esfaqueada por um partidário
do “não”, e a decisão popular pela saída (Brexit).
Análise da diversidade temática por edição
Os blocos noticiosos dos operadores privados
SIC
e
TVI
são os que transmitem maior diversidade
de temas por edição, em média, dez. A
RTP1
aproxima-se deste valor com nove temas por
edição. A
RTP2
, devido a características próprias
do serviço noticioso, como a sua curta duração,
apresenta a menor diversidade temática por
edição, em média seis temas (ver Anexo IV).
B) Diversidade e pluralismo geográfico
A diversidade da informação passa também pela
diversificação das áreas geográficas cobertas
nas peças jornalísticas, enquanto local dos
acontecimentos, ou enquanto enfoque das
problemáticas.
Esta dimensão da diversidade distingue dois
níveis: o nacional (divisão do país em oito áreas
geográficas:
Grande Lisboa
,
Norte
,
Centro
,
Grande
Porto
,
Algarve
,
Alentejo
,
Região Autónoma da
Madeira
e
Região Autónoma dos Açores
; e
várias
regiões de Portugal
) e o internacional (divisão
por continentes:
europeu
,
americano
,
africano
,
asiático
,
Oceânia
).
opositores depois do golpe de Estado, e com a guerra na
Síria e o anúncio de cessar‑fogo em Aleppo pelas forças
militares russas.
As cerimónias fúnebres de Fidel Castro, em Cuba, e
as reações de personalidades dos Estados Unidos da
América e de Portugal foram enquadradas, na maioria
dos casos, nos subtemas
ações governativas/Estado
e
relações diplomáticas
, e concentradas numa edição
(ver Anexo IV).
Agenda cultural e homenagens a Nicolau Breyner
e Camilo de Oliveira predominam na
cultura
O tema
cultura
, bastante destacado nos noticiários da
RTP2
, reflete maioritariamente a cobertura de estreias
de espetáculos em domínios variados como cinema,
teatro e música. Um quarto destas peças debruça‑se
sobre a
vida e obra de autores/artistas
no contexto dos
funerais dos atores Nicolau Breyner e Camilo de Oliveira.
Impasses na banca, crescimento e custo da energia
marcam a
economia
,
finanças
e
negócios
No âmbito da
economia, finanças e negócios
destacam‑se as
atividades de organizações económicas
,
sobretudo os impactos da venda do Banif ao Santander
e eventuais soluções para os lesados do Banco Espírito
Santo (BES). Com o enfoque na gestão de instituições
bancárias, sob este tema, há peças sobre o fim do
acordo para compra do BPI. A partir de junho, a CGD
torna‑se notícia mais frequentemente, pelos resultados
deficitários de alguns investimentos e o anúncio de uma
Comissão Parlamentar para avaliar a sua gestão.
Em
empresas e negócios
destaca‑se a cobertura
da manipulação de resultados da emissão de gases
poluentes nos veículos da Mitsubishi. Os pilotos da TAP
(Transportes Aéreos Portugueses) propõem comprar
a participação no capital da empresa reservada aos
funcionários.
No
turismo
sobressai a divulgação da oferta de
alojamentos e serviços de viagem e lazer.
Nos
indicadores económicos
, destacam‑se as previsões
de crescimento da economia na quinta avaliação
do programa de assistência pelo Fundo Monetário
Internacional (FMI), os dados do Instituto Nacional
de Estatística (INE) sobre o aumento do défice comercial,
a descida do preço do petróleo e a crise em Angola,
e o aumento dos juros da dívida pública a dez anos na
zona Euro. Outras peças sobre
indicadores económicos
centraram‑se no custo da eletricidade e do gás em
Portugal, como os mais elevados da União Europeia.