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PLURALISMO E DIVERSIDADE NOS SERVIÇOS DE PROGRAMAS TELEVISIVOS
ANÁLISE DA PROGRAMAÇÃO –
RTP1
,
RTP2
,
SIC
,
TVI
E
RTP3
(2016)
Os
espetáculos
exibidos em 2016, com 181h29m23s de
emissão, representam o quarto género mais extenso na
programação cultural da
RTP2
(10,4 %), seguidos pelos
programas de
ciência
(9,3 %). Em termos relativos,
estes dois géneros não observaram qualquer mudança
nas posições ocupadas entre 2015 e o presente ano.
Os programas
educativos
, com 21h52m39s (1,3 %), são
os menos exibidos na classe de programas
culturais/
conhecimento
, com 84 edições (2,0 %).
Os programas
culturais/conhecimento
da
RTP2
têm
como missão
informar
,
entreter
e
formar
os públicos.
Informar
lidera claramente em ambos os indicadores
de análise, duração total e número de programas. Das
1 747h30m37s de emissão somadas pelos programas de
cultura e conhecimento, 1 363h30m18s (78 %) cumprem
a função predominante de
informar
os espectadores
da
RTP2
, o correspondente a 3 618 programas (86,9 %).
Os géneros
documentário
,
artes e media
e
humanidades
são os que mais concorrem para a importância da
função
informar
, correspondendo a 79,8 % do volume
horário associado a esta função.
A função
formar
surge em segundo lugar. Quanto
à duração, corresponde a 200h19m28s (11,5 %),
ficando assim com uma pequena vantagem face à
função
entreter
(10,5 %), com as suas 183h40m51s
de emissão. Quanto ao número de programas, são 399
(9,6 %) os que têm função principal de
formar,
ao passo
que com a função
entreter
se registam 148 (3,6 %).
A função
entreter
encontra‑se associada à exibição de
espetáculos
; a função
formar
encontra expressão nos
programas de
humanidades
e nos de
artes e media
(como por exemplo “Visita Guiada”).
Em 2016 a programação de
cultura/conhecimento
voltou a dispersar‑se por todos os períodos do dia,
com maior concentração de horas de emissão na noite/
madrugada (936h33m51s) e, em seguida, nas manhãs
(400h39m44s).
Todos os géneros
culturais/conhecimento
estão
representados, em maior ou menor grau, nos distintos
períodos horários considerados, confirmando mais
uma vez a diversidade e a regularidade deste género
de programação na antena da
RTP2
.
FREQUÊNCIA E DURAÇÃO
DOS
GÉNEROS CULTURAIS/CONHECIMENTO
NA
RTP2
Documentário
Artes e
media
Humanidades
Espetáculo
Ciência
Informação cultural
Educativo
Fig. 23 –
Frequência e duração dos
géneros culturais/conhecimento
na
RTP2
(2016)
N = 1 747h30m37s (n.º total de horas de emissão de culturais/conhecimento);
N = 4 165 (n.º total de culturais/conhecimento)
DURAÇÃO (%)
N.º DE PROGRAMAS (%)
522:32:33 (29,9%)
376:07:14 (21,5%)
360:08:04 (20,6%)
181:29:23 (10,4%)
162:06:45 (9,3%)
123:13:59 ( 7,1%)
21:52:39 (1,3%)
677 (16,3%)
640 (15,4%)
818 (19,6%)
118 (2,8%)
340 (8,2%)
1488 (35,7%)
84 (2,0%)
A distribuição da programação no macrogénero
cultural/conhecimento
revela
nuances
, conforme o
indicador que se opte por analisar: a partir da análise da
duração total, os
documentários
são os mais relevantes,
com 522h32m33s (29,9 %). Quando o foco incide na
frequência de exibição, os programas de
informação
cultural
são os mais valorizados, tendo sido registadas
1 488 unidades no alinhamento anual (35,7 %),
sobretudo decorrentes da exibição do programa
de pequeno formato, como “Folha de Sala”, com
1 175 edições (que substituiu o “Cartaz Cultural”).
Porém, em termos de duração, este género de
programas tem importância drasticamente mais
baixa, figurando na sexta e penúltima posição (7,1 %),
apenas acima dos educativos.
Em termos de duração, no encalço dos
documentários
surgem os conteúdos programáticos de
artes e media
(21,5 %) e de
humanidades
(20,6 %). Aliás, estas três
categorias podem, em certa medida, ser lidas de
forma complementar, tendo em conta que alguns
dos conteúdos classificados sob
artes e media
e
humanidades
poderiam, pelo formato, ser classificados
como
documentários
.
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65)
Considerando exclusivamente o formato, alguns dos programas classificados como
humanidades
e
artes e media
, assim como
ciências
, também são conteúdos
documentais, podendo ser classificados formalmente como
documentários
. No entanto, para melhor traduzir a diversidade de programação, nos casos em que
a temática de um dado programa se enquadra num dos géneros indicados, entendeu-se privilegiar esse enquadramento, em detrimento do formato genérico do
programa.