ERC – Relatório de Regulação 2016 · Volume I
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consideradas – diversidade e pluralismo, rigor e
isenção, e proteção de públicos vulneráveis e sensíveis,
designadamente menores de idade.
1 -
Diversidade e pluralismo na
informação diária
O conceito de pluralismo nas suas vertentes política,
social e cultural constitui um dos valores estruturantes
da democracia, sendo com base nessa dimensão que
se orienta a presente análise.
Do ponto de vista da regulação, e para efeitos desta
análise, a diversidade e o pluralismo são observados,
grosso modo
, a partir dos temas, protagonistas
e fontes de informação das peças, assim como
do enfoque geográfico das mesmas.
Garantir uma informação diversa e plural
Identifica‑se diversidade nos temas, contudo as
notícias sobre política nacional, futebol e ordem
interna têm maior destaque nos quatro noticiários.
Portanto, sugere‑se a diversificação dos grandes
temas dos alinhamentos para além do trio acima
indicado, de forma a assegurar uma informação
representativa dos diferentes contextos sociais.
Sensibiliza‑se para a necessidade de cobertura de
uma maior pluralidade de ocorrências, nomeadamente
de outras modalidades desportivas além do futebol,
e de temas da atualidade que não se confinem a uma
abordagem trágica (as catástrofes naturais ou os
crimes).
Promover a diversidade geográfica
Alerta‑se para a necessidade de cumprir um maior
equilíbrio na representação das várias regiões de
Portugal, já que a maioria das peças que referem
uma região específica do território nacional, trata
sobre assuntos relacionados com a Grande Lisboa.
Simultaneamente, chama‑se a atenção para o
facto de algumas regiões do país serem associadas
regularmente a notícias sobre catástrofes, crimes
e atividades policiais.
Desenvolver a diversificação das fontes de
informação
Assinala‑se uma desproporção na representação das
fontes de informação, comprometendo o equilíbrio em
termos da origem da informação relatada. A informação
oriunda da política nacional e do desporto (futebol)
ocupa uma fatia maioritária das peças, ao passo que
outras áreas têm uma presença marginal.
Alerta‑se também para a diminuta representação,
na área do desporto, de fontes de informação
provenientes de modalidades desportivas que não
as do meio futebolístico.
Fomentar a diversidade dos protagonistas
À semelhança do que foi verificado nas fontes de
informação, aponta‑se a reduzida heterogeneidade
dos protagonistas das peças, com claro destaque
para os atores da política nacional, do futebol e
da ordem interna, enquanto outros contextos sociais
se encontram pouco representados.
Identifica‑se ainda uma desproporção no protagonismo
assumido por homens, em atividades ou contextos
sociais em que há também presença de mulheres.
2 -
Rigor e isenção na informação diária
A verificação do rigor informativo, componente
estruturante do campo jornalístico, pretende avaliar
a qualidade, fiabilidade e credibilidade da informação.
Da perspetiva da regulação, no que respeita a esta
análise, o rigor será observado através de um conjunto
de indicadores abaixo elencados.
Demarcar de forma clara informação e opinião
Regista‑se positivamente a clara demarcação dos
momentos de comentário/opinião realizada pelos
noticiários. Contudo, importa sublinhar que tal
demarcação deve ser ainda maior quando estiver
em causa a distinção das entrevistas (no campo da
informação) e dos comentários (no campo da opinião)
em estúdio devido à proximidade de formato que
apresentam.
Evitar elementos opinativos no discurso dos
operadores
Apesar do conjunto diminuto de peças com elementos
opinativos no discurso dos operadores, sensibiliza‑se
para a necessidade de manter um cuidado permanente
de forma a evitá-los nos conteúdos informativos.
Atribuir sempre a origem da informação das peças
Embora a generalidade das peças identifique as fontes
de informação consultadas, existe uma parte que não
o faz, em particular em peças de curta duração.
Assim, considera‑se relevante um empenho acrescido
na identificação das fontes de informação consultadas.
Rigor na identificação das fontes de informação
Grande parte dos conteúdos identifica na sua
totalidade as fontes de informação. Porém, uma parte
substancial dos mesmos apenas as identifica de
forma parcial ou não as identifica de forma nenhuma.
Considera‑se, portanto, pertinente assegurar que as
fontes de informação a que os operadores recorrem
sejam, sempre que não esteja em causa