

ERC – Relatório de Regulação 2016 · Volume II
126
E) Identificação do local dos acontecimentos
Na verificação do rigor informativo procura-se
também analisar a identificação do local onde
decorre a ação noticiada.
No âmbito desta dimensão, são assinalados os
casos em que o local é corretamente identificado,
parcialmente identificado
, ou
não é identificado
.
IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL DE AÇÃO,
POR SERVIÇO DE PROGRAMAS
Fig. 16 –
Identificação do local de ação, por serviço de programas (2016)
IDENTIFICAÇÃO LOCAL AÇÃO
NÃO IDENTIFICA LOCAL DE AÇÃO
NÃO APLICÁVEL
“TELEJORNAL”
(
RTP1
) – N = 389
“JORNAL 2”
(
RTP2
) – N = 28
“JORNALDANOITE”
(
SIC
) – N = 876
“JORNAL DAS 8”
(
TVI
) – N = 108
71,9
54,5
69,4
72,5
12,6
15,6
9,8
10,7
9,9
35,7
19,9
17,6
Um conjunto diminuto de peças não identifica
rigorosamente o local onde os acontecimentos
ocorrem
A análise da
identificação do local de ação
permite
verificar que em 10,8 % dos casos, são referidos
acontecimentos, eventos, deslocações de protagonistas
das peças
,
sem que seja identificado de forma rigorosa
o local onde decorrem.
O “Telejornal” regista 71,9 % de peças em que se
identifica o local de ação
, o “Jornal 2” assinala 54,5 %,
o “Jornal da Noite” 69,4 % e o “Jornal das 8” 72,5 %.
Importa referir que, entre as peças em que se considera
haver
identificação do local de ação
, em 8,2 % tal é feito
de forma parcial. Incluem‑se peças que referem locais
de relevo histórico, político, desportivo (por exemplo,
estádios de futebol, avenidas e ruas, monumentos),
sem que se refira a cidade em que se situam.
Uma percentagem diminuta das peças não respeita
o princípio do contraditório
Na grande maioria das peças (84,3 %) dos quatro
blocos informativos, os assuntos noticiados não exigem
o cumprimento do
princípio do contraditório
.
Atendendo aos casos em que é exigido o contraditório,
constata‑se que este princípio é, na sua generalidade,
respeitado.
São menos expressivas as peças em que o contraditório
exigível não é respeitado, nomeadamente 7,7 %
das peças do “Jornal 2”, 5,8 % do “Telejornal”, 4,1 %
do “Jornal da Noite” e 3,9 % do “Jornal das 8”.
Embora com uma presença residual (0,7 % do total das
peças), considera‑se que a prática de tentativa de ouvir
os interesses atendíveis é favorável ao rigor informativo.
A
política nacional
apresenta maior percentagem de
peças que não observam o princípio do contraditório
Considerando as peças que não respeitam o
princípio do contraditório
, constata‑se que a maior
percentagem (49,3 %, no conjunto dos quatro canais)
se centra sobretudo em assuntos relacionados com
política nacional
.
Esta tendência é mais acentuada nos blocos
informativos da
RTP1
e da
RTP2
.
Observa‑se que também os assuntos classificados
com as temáticas
desporto
e
ordem interna
surgem
entre os mais frequentes nas peças que não respeitam
o contraditório.
Na
RTP1
e na
RTP2
, a ausência de contraditório
destaca-se nos temas laborais, política europeia
e justiça
No “Jornal 2”, o segundo tipo mais recorrente de peças
sem contraditório é o que se centra em assuntos de
relações laborais
, referentes, na maior parte dos casos,
a
manifestações/reivindicações/protestos laborais
.
As demais peças deste canal que desrespeitam o
princípio do contraditório têm enfoque em assuntos
de
política europeia.
Este, a par do
sistema judicial
, é o segundo tema de
peças sem contraditório mais presente no “Telejornal”
(nomeadamente envolvendo polémicas europeias como
o
Brexit).