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PLURALISMO E DIVERSIDADE NOS SERVIÇOS DE PROGRAMAS TELEVISIVOS
ANÁLISE DA INFORMAÇÃO DIÁRIA –
RTP1
,
RTP2
,
SIC
, E
TVI
de informação
, ou seja, aquelas que indiciam menor nível
de rigor, com uma proporção semelhante no “Telejornal”,
no “Jornal da Noite” e no “Jornal das 8”. O “Jornal 2”
apresenta um peso ligeiramente inferior de peças sem
referência a qualquer fonte de informação.
O recurso explícito a
fontes confidenciais
é residual
A análise também contempla os casos em que os
serviços de programas consideram existir necessidade
de proteger as fontes, nomeadamente através do
recurso à garantia de confidencialidade das mesmas.
Nesse sentido, verifica‑se que as peças que apresentam
pelo menos uma fonte confidencial têm uma
representação residual em todos os canais.
Cerca de um terço das peças indiciam falta de rigor
na identificação das fontes de informação
Considerando os resultados relativos a cada um dos
blocos informativos, observa‑se que em 31,9 % das
peças do “Jornal das 8”, 30,3 % do “Jornal da Noite”,
29,0 % do “Telejornal” e 24,0 % do “Jornal 2”, existe falta
de rigor na identificação das fontes de informação.
A verificação do rigor na identificação das fontes de
informação contempla ainda a caracterização dos
casos em que as fontes são identificadas de forma
pouco clara ou indeterminada.
Esses elementos de falta de rigor são classificados
em seis categorias:
utilização de imagens de
terceiros sem especificação da sua origem
,
autorreferência do canal
,
generalização de
informações
,
fontes de informação que prestam
declarações diretas sem identificação
,
cidadãos
comuns sem indicação do nome
, e
outros
elementos
.
A falta de rigor na identificação das fontes associa-se
mais vezes aos cidadãos comuns
Da análise realizada, constata‑se que o elemento mais
recorrente nas peças de todos os blocos informativos
é a apresentação de
cidadãos comuns
como fontes de
informação sem os identificar de forma completa e
exata. Esta verificação distingue‑se do tratamento que
geralmente é dado a fontes de informação institucionais,
as quais, quando surgem personalizadas, são, regra
geral, identificadas através do nome e do cargo
ou função.
Para além da distinção entre as fontes identificadas
e não identificadas, são também observados os
elementos de rigor na sua identificação.
Nesse sentido, aplicam-se quatro níveis de rigor
na atribuição da origem da informação: informação
não atribuída,
identificação parcial das fontes de
informação
,
recurso explícito à confidencialidade
de fontes de informação
e
identificação de todas
as fontes de informação
.
RIGOR NA IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES
DE INFORMAÇÃO, POR SERVIÇO DE PROGRAMAS
Fig. 12 –
Rigor na identificação das fontes de informação, por serviço
de programas (2016)
Nota: Não se consideram nesta análise as peças com registo comentário/opinião,
debate, sorteio de Euromilhões e blocos metereológicos.
Identificação de todas as fontes de informaçãomencionadas
Identificação parcial das fontes de informação
Informação não atribuída
Recurso explícito à confidencialidade das fontes de informação
“TELEJORNAL”
(
RTP1
) – N = 762
“JORNAL 2”
(
RTP2
) – N = 346
“JORNALDANOITE”
(
SIC
) – N = 770
“JORNAL DAS 8”
(
TVI
) – N = 864
59,7
70,2
60,3
58,3
27,3
0,3
12,7
22,0
28,6
30,0
7,2
0,6
0,9
10,3
0,7
11,0
Cerca de metade das peças identifica inequivocamente
todas as fontes de informação
Mais de metade das peças analisadas nos diferentes
blocos identifica inequivocamente
todas as fontes de
informação
que refere. Essa tendência apresenta o valor
mais elevado no “Jornal 2”, em 70,2 % dos conteúdos.
O segundo nível mais recorrente é o da
identificação
parcial das fontes de informação
, que se aproxima
dos 30,0 % no bloco da
TVI
, apresentando valores
ligeiramente mais baixos nos noticiários da
SIC
,
RTP1
e
RTP2
.
O terceiro conjunto de peças mais frequente nos
noticiários analisados
não refere qualquer fonte