ERC – Relatório de Regulação 2016 · Volume I
244
ao agravamento da crise económica, vivido a partir
de 2011. De assinalar que a inquirição com recurso
à Internet no domínio das sondagens políticas, até
pelos desafios metodológicos que coloca, ainda
é uma realidade distante.
PERCENTAGEMDESONDAGENSDEPOSITADAS,
PORMÉTODODERECOLHADE INFORMAÇÃO
%
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Fig. 7 –
Percentagem de sondagens depositadas, por método de recolha
de informação (2011, 2015 e 2016)
Total de depósitos N=90 (2011); N=82 (2015); N=47 (2016).
ENTREVISTA PESSOAL COM VOTE EM URNA
ENTREVISTA PESSOAL
TELEFONE
INTERNET
PESSOAL Á BOCA DA URNA
2011
2015
2016
10,0
6,1
2,1
5,6
3,7
6,4
6,7
3,7
8,5
76,7
85,4
83,0
1,1
1,2
2.2
MÉTODOS DE SELEÇÃO DE AMOSTRAS
No campo dos métodos de seleção das amostras,
verifica‑se que, em 2016, o peso dos métodos aleatórios
aumentou consideravelmente (93,6 % em 2016, contra
61,0 % e 70,0 %, em 2015 e 2011, respetivamente).
Em sentido inverso, a amostragem por quotas
tornou‑se marginal em 2016 (6,4 %, contra 39,0 %
e 30,0 %, em 2015 e 2011, respetivamente). Estas
alterações não significam que os métodos por quotas
têm vindo a ser preteridos por questões relacionadas
com rigor, antes refletem as dinâmicas do mercado
dos estudos depositados, sobressaindo as metodologias
utilizadas pelas empresas que o dominam.
O barómetro político mensal da Eurosondagem
inclui questões sobre a imagem do
Parlamento,
do
Ministério Público
e dos
Tribunais,
representando cada
uma destas
referências temáticas
mais de 20 % das
sondagens depositadas. Com a aproximação de eleições
autárquicas, marcadas para outubro de 2017, verifica‑se
o aparecimento de 6,4 % dos depósitos de sondagens
com questões sobre a
imagem da atividade autárquica
e de putativos
candidatos a
órgãos
de poder local
.
No terceiro grande grupo temático mais representado,
grupo que contém temas relativos à
atividade dos
órgãos
constitucionais e dos seus representantes
,
destacam‑se as referências temáticas que abordam
as
expectativas em relação à ação governativa
(29,8 %),
as
políticas fiscais e financeiras
do Governo em funções
(23,4 %) e as
expectativas em relação à atividade da
Presidência da República
(17,0 %).
Em continuidade com o observado nos anos anteriores,
a análise relativa a questões estruturais, como é o
caso das questões sobre o funcionamento do
sistema
político,
mantém‑se como a área de menor peso relativo
no universo dos estudos de opinião, podendo este ser
um fator indicativo do reconhecimento de estabilidade
política e institucional da sociedade portuguesa
(
v.
Anexo Fig. A5).
2.
CARACTERÍSTICAS
METODOLÓGICAS DAS
SONDAGENS
2.1
MÉTODO DE RECOLHA DA
INFORMAÇÃO
O método de recolha de informação é um dos
elementos obrigatórios na ficha técnica de depósito.
O telefone continua a ser o meio de recolha mais
utilizado (83,0 %), à semelhança do observado nos
anos anteriores (85,4 %, e 76,7 %, para 2015 e 2011,
respetivamente). Contrastando os anos mais recentes
com 2011, verifica‑se que o recurso ao método
telefónico é ainda mais predominante do que era no
passado, tendo vindo a ganhar terreno aos estudos
realizados com recurso a técnicas presenciais
(entrevista pessoal, à boca da urna e recolha de voto
em urna). Há vários fatores, como o objeto em estudo
e o próprio calendário eleitoral, que influenciam o
tipo de sondagens que se produzem, todavia, parece
claro que o maior recurso a sondagens telefónicas
(normalmente menos dispendiosas do que as sondagens
realizadas com recurso ao método presencial) reflete
a contração da procura e a adaptação do setor