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ANÁLISE ECONÓMICO-FINANCEIRA DO SETOR DE

MEDIA

EM PORTUGAL 2016

comunicações eletrónicas, em regime de exclusividade,

tendo sido designada administrativamente pelo Governo,

isto é, escolhida sem recurso a concurso.

Em 2012, e no seguimento de uma consulta pública,

a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom),

dividiu o serviço universal em três funções: (i) ligação

a uma rede de comunicações pública num local fixo e

prestação de um serviço telefónico acessível ao público

através daquela ligação – concurso 1, (ii) oferta de postos

públicos – concurso 2, e (iii) disponibilização de uma

lista telefónica completa e de um serviço completo de

informação de listas – concurso 3, e, consequentemente,

lançou concursos públicos.

Em 2013, foram conhecidos os resultados do concurso

1, prestação de serviço universal de telefone fixo,

que foi atribuída à ZON Multimédia e à Optimus

Telecomunicações, que se fundiram nesse mesmo ano,

dando origem à NOS (abaixo descrita).

A partir de 2014, a NOS SGPS substituiu a PT

Comunicações na prestação do serviço universal de

ligação à rede telefónica fixa e acesso ao serviço fixo de

telefone, ficando a PT Comunicações com o direito de

receber do Estado português, uma indemnização, em

virtude da revogação do contrato que havia atribuído à PT

Comunicações esse mesmo direito de exploração. Assim,

a PT Comunicações deixou as suas funções tradicionais e

históricas de prestação de serviço universal de rede fixa.

A PT Comunicações, tendo incorporado, por fusão, em

dezembro de 2014, a empresa de telefoniamóvel TMN –

Telecomunicações Móveis Nacionais S.A. (TMN), assumiu

todas as suas operações e alterou a denominação para MEO

– Serviços de Comunicações e Multimédia S.A..

A MEO detém também o direito de utilização de

frequências, de âmbito nacional, para a prestação do

serviço de radiodifusão televisiva do serviço de televisão

digital terrestre (TDT), destinado à transmissão de

programas televisivos de acesso não condicionado, a que

está associado o Multiplexer A, contra cumprimento de

um conjunto de obrigações. Este direito foi atribuído em

2008, pela Anacom.

A MEO detém 25 % do capital da

Sport TV

, um canal de

desporto, em que os restantes acionistas, também com

25 % cada, são a NOS, a Olivedesportos e a Vodafone.

Atualmente, a MEO é um operador de telecomunicações

integrado e convergente com uma ampla oferta de serviços

de telemóvel, TV, Internet, telefone fixo, entre outros

serviços digitais, dirigido a todos os segmentos de clientes,

desde os individuais às grandes empresas e Estado.

Em janeiro de 2015, a totalidade do capital da MEO foi

adquirida pelo grupo de telecomunicações Altice, uma

empresa luxemburguesa que detém, entre outros, o

maior operador francês de cabo – Numericable – e um

conjunto diversificado de empresas dentro e fora do

setor das telecomunicações, em países como Bélgica,

Suíça, Luxemburgo e Israel. A Altice é controlada por

Patrick Drahi.

A MEO engloba no seu universo corporativo empresas

reguladas pela ERC na qualidade de operador de

distribuição de televisão.

Em 2016, as receitas de vendas e prestação de serviços

registaram uma quebra de cerca de 2,5 %, menor que a

quebra registada em 2015. Apesar do crescimento das

receitas do segmento de televisão, incluindo ofertas

em

bundling

, todos os restantes segmentos registaram

uma contração. De qualquer forma, os resultados antes

de impostos, resultados financeiros, depreciações e

amortizações (EBITDA) melhoraram de 843 926 mil euros,

em 2015, para 940 765 mil euros, em 2016, consequência

de uma política mais estrita de contenção de custos

operacionais. Menores amortizações e depreciações, entre

as quais

goodwill

, explicaram um resultado operacional

de 316 079 milhares de euros, em 2016, face a 99 027

milhares de euros, em 2015.

Apesar de tudo, os resultados antes de impostos

mantiveram‑se em terreno negativo, em virtude dos

custos financeiros pagos pela dívida, que atingiram

329 872 milhares de euros. Os resultados líquidos cifraram

um prejuízo de 13 272 milhares de euros, em 2016, contra

um prejuízo de 221 384 milhares de euros, em 2015.

As atividades operacionais foram suficientes para cobrir

os investimentos realizados durante o ano em ativos

fixos e ainda libertar 369 609 milhares de euros de fluxos

de caixa, de acordo com os cálculos da ERC.

Neste enquadramento, o perfil financeiro da empresa,

no final de 2016, era menos alavancado que em 2015,

com a divida líquida a exceder o EBITDA em 5,1x. Este

risco é mitigado pelo facto de os níveis absolutos de

endividamento terem diminuído durante o ano e a dívida

existente ser, na sua grande maioria, devida ao acionista.

Milhares

de euros

2016

2015

Reexp 2015 2014

Receitas

de exploração

2 228 475

2 285 449 2 285 449 2 416 975

EBITDA

940 765

843 926 873 696 -1 215 493

Resultado líquido

-13 272

-221 384 -212 630 -2 271 394

Ativo

7 334 785

7 947 071 7 947 408 9 709 868

Passivo

7 218 988

7 780 777 7 780 777 9 508 010

Capital próprio

115 797

166 294 166 632 201 857

Fig 45 -

Sumário de indicadores financeiros.

Fonte: Demonstrações financeiras, elaboração ERC.