ERC divulga Análise Económico-Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2022
Análise da ERC revela que 2022 foi um ano de manutenção de tendências
A ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social publica, esta sexta-feira, um estudo de análise económica e financeira sobre o setor da comunicação social português, relativo ao exercício de 2022, que toma por base os dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei nº 78/2015, de 29 de julho e informação financeira detalhada recolhida pelo regulador junto de um universo representativo das empresas reguladas.
Entre as principais conclusões sobressai o facto de 2022 se revelar um período de manutenção de tendências, com algumas alterações em termos de posições dominantes no mercado publicitário online. O processo de transição digital prosseguiu o seu curso e novas modalidades de publicidade ameaçam a hegemonia da Google e da Meta. As medidas regulatórias, em particular na Europa, o aumento da concorrência de antigos e novos players, o desenvolvimento tecnológico e as preferências dos consumidores foram marcadamente influentes no setor de media.
A análise conduzida pela ERC revela que a publicidade continuou a ser a maior fonte de receitas das empresas de media e manteve uma importância muito semelhante à registada em anos anteriores. Mas observa-se que o mercado da publicidade está a mudar, mesmo no online, com a introdução de subscrições pagas por várias redes sociais e novas modalidades de publicidade digital.
Constata-se ainda que os novos serviços de streaming surgem cada vez mais como uma ameaça ao status quo, tanto dos operadores de televisão como dos fornecedores de serviço de televisão por subscrição (STVS). Em 2022 verifica-se que o número de portugueses que subscrevem ou utilizam serviços de streaming para aceder a conteúdos televisivos continuou a aumentar e que existem quase três milhões e meio de portugueses a ouvir rádio através da internet, o valor mais elevado desde que o indicador é observado.
No ano 2022 observa-se que os meios de comunicação social procuram desenvolver outras linhas de negócio menos relacionadas com o seu core business, como serviços multimédia, eventos e marketing e que estas têm um contributo marginal para as receitas de exploração dos grandes grupos económicos, mas representam importantes alternativas à publicidade em empresas de menor dimensão.
A ERC observa também que existe uma concentração geográfica da atividade de comunicação social em Lisboa e Porto, seguidas de Évora, Região Autónoma da Madeira, Braga e Leiria.
Segundo a informação constante da Plataforma da Transparência dos Media, somente 61 % das entidades que detêm órgãos de comunicação social apresenta de facto como atividade principal a comunicação social. Os ativos totais destas empresas ascenderam a 1 027 milhões e 532 mil euros e os rendimentos totais da atividade a 1 003 milhões e 993 mil euros. Cerca de 61 % das empresas obtiveram resultados líquidos positivos e 68 % resultados operacionais ou EBITDA positivos, proporções ligeiramente inferiores a 2021.
A versão completa da “Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2022” pode ser consultada aqui.