ERC divulga Análise Económico-Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023
A ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social publica, esta terça-feira, um estudo de análise económica e financeira sobre o setor da comunicação social português, relativo ao exercício de 2023, que toma por base os dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei da Transparência da Titularidade dos Meios de Comunicação Social (Lei nº 78/2015, de 29 de julho), e informação financeira detalhada recolhida pelo regulador junto de uma amostra representativa das empresas reguladas.
Entre as conclusões sobressai o facto de não se ter assistido, em 2023, a uma melhoria dos rendimentos das empresas de comunicação social em Portugal, mantendo-se em 53% a percentagem de empresas que registam crescimento dos rendimentos. Também em 2023, o número de empresas com resultados líquidos positivos, resultados operacionais ou EBITDA positivos, e capitais próprios positivos situou-se em proporções inferiores a 2022.
A análise conduzida pela ERC apurou que os ativos totais das empresas de comunicação social ascenderam a 1.123 milhões 063 mil euros e os rendimentos totais da atividade a 1.166 milhões 911 mil euros. Verificou-se que as empresas com rendimentos superiores a 10 milhões de euros apenas representaram 4% da totalidade de entidades, mas 86% dos ativos, 84% dos capitais próprios do setor e 89% dos rendimentos.
Constata-se que o setor dos media em Portugal é granular, composto por muitas pequenas empresas, em especial nos segmentos mais tradicionais, como as publicações periódicas e as rádios hertzianas. São as pequenas empresas que enfrentam maiores dificuldades face à alteração paradigmática da forma como os conteúdos são consumidos e dos interesses e composição dos consumidores, limitando ou inibindo a capacidade de crescimento.
Em 2023, a publicidade continuou a ser a principal fonte de receitas das empresas de media, mas a sua evolução apresentou um comportamento misto entre as principais instituições. Verificou-se um aumento das receitas de publicidade do segmento de televisão, mas mais centrado nos canais de televisão por subscrição (STVS) em detrimento do free-to-air.
No estudo constata-se ainda que o consumo de notícias é cada vez mais fragmentado entre diferentes plataformas comunicacionais e que a utilização do vídeo como fonte noticiosa tem vindo a crescer, especialmente entre os mais jovens. Como principal fonte de conteúdos de vídeo noticiosos surgem as plataformas de partilha de vídeo em detrimento dos sites dos editores, o que aumenta os desafios de monetização de produção de conteúdos e conexão destes últimos.
A versão completa da “Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023” pode ser consultada aqui.